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Será que a crise é culpada pelo aumento das falências?

crise

Ao visitar empresas e ajudá-las na reestruturação, ao conversar com os empresários e gestores, todos falam a mesma coisa, “esta crise está acabando como meu negócio, estou sem dinheiro e tenho que dispensar meus funcionários de anos”, muitos entram em desespero, choram e alguns caso estão entrando em depressão.

Estas visitas que realizamos estão de acordo com a Serasa Experian, número de empresas que pediu recuperação judicial neste ano é o mais alto desde que a Lei nº 11.101 o número cresceu 20% no primeiro semestre, quando comparado ao mesmo período do ano passado. As estatísticas também mostram que em 2008, ano da crise internacional que desacelerou fortemente a economia brasileira, 312 recuperações foram apresentadas ao Judiciário.

Aumentou em 55,2% o número de empresas que pediram recuperação judicial em setembro, na comparação com igual mês do ano passado, de acordo com dados da Boa Vista SCPC. Isto sem contar empresas pequenas e médias que não têm o recurso de necessário para pedir recuperação. Mas afinal será que a crise é diretamente culpada pelo descalabro enfrentado pela maioria das Empresas?

A resposta é não. A crise só serve como amplificador e acelerador do que já está ruim. Uma empresa, como outras organizações sociais humanas, a ruína não começa de um dia para noite, e sim é um processo. Isto me faz pensar em uma frase de Warren Buffet “Você só descobre quem está nadando pelado quando a maré é baixa”. Isto resume bem o que é uma crise, no qual é uma correção de caminho daquilo que está se desviando do propósito, ou seja, uma empresa mal gerida, que não atende bem seus clientes, fornecedores e funcionários, no qual não gera valor para aqueles que estão ao seu redor e nem sociedade que está inserida.

Então é necessário esta correção e eliminar, os mais fracos assim permanecendo os mais fortes (“Geradores de Valor”). Estas é uma das razões que o Capitalismo ainda não sucumbiu, pois a cada crise se torna mais forte e eficiente. Esta é a observação prática da seleção natural dos Mercados. Mas afinal se a crise não é culpada, então de quem é a culpa? Então faz nos lembrar sempre a culpa é do governo, no qual é mais fácil culpar. A resposta também é não.

Quando estava na faculdade, me lembro de algo que nunca mais esqueci, e me norteia (ou assombra) desde então. Foi o que um professor falou nas primeiras aulas de TGA (Teoria geral da Administração); “O que faz quebrar uma empresa é o Gestor”. Depois disso sempre me perguntei se o gestor é exclusivamente o único responsável em qualquer situação, na época não concordei muito com aquela afirmação, mas de uns tempos para cá comecei a repensar novamente naquela frase.

Na minha concepção teórico-prática (“inocência e ignorância”), havia outros motivos, como as graves crises econômicas que sempre assolaram nosso país, que quando vem acabam com muitas empresas. Mesmos os mais experientes e perspicazes gestores não conseguem vencer e caem diante das mais graves crises.

De alguns anos para cá, passando por várias empresas como Controller e Consultor pude comprovar na pele que aquela afirmação de meu antigo professor estava mais do que correta, que independente das circunstâncias, o gestor sempre é o culpado. Para afirmar esta tese, me faz recordar o ano de 2011 até 2013, acompanhando algumas empresas como consultor. Na época os bancos públicos estavam oferecendo “dinheiro a rodo” com taxas que chegaram a 0.80% no capital de giro. Qualquer um que tivesse CNPJ poderia pegar quantias consideráveis.

Muitos sem preparo pegaram grandes quantidades, sem nenhuma assessoria investiram mal na empresa, ou em muitos casos (Pequenas e Médias Empresas), os donos usaram para uso pessoal, como; comprar imóveis, trocar de carro, viagens e mobiliar sua casa entre outros. Agora que a farra acabou os bancos têm se negado a emprestar dinheiro, assim dificultando a liquidez da empresa, pois não se preparam para a tempestade que se formou.

O gestor é responsável pelas decisões e também por observar como está o ambiente, assim obrigando-se a mudar e se preparar no caso de uma tempestade estar vindo. Sempre tendo bons instrumentos e pessoas capazes de analisar e informar a hora de mudar e para onde mudar. Tendo em mente, qual é o propósito que a empresa têm, para sempre guiá-lo.

Mateus 7:24-27

“24. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.25. Desceu a chuva, vieram as correntes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela não caiu; pois estava edificada sobre a rocha. 26. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado a um homem néscio, que edificou a sua casa sobre a areia. 27. Desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu: e foi grande a sua ruína. ”

 

Anderson Bortlotto

Consultor Financeiro

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